sexta-feira, 15 de abril de 2011

Corredores de ônibus perigosos e sem conservação deixam a desejar

Vias públicas como os corredores de ônibus das avenidas Prof. Francisco Morato e Santo Amaro são motivos de constantes críticas da população, com crateras em toda a sua extensão e péssima conservação do piso adaptado. Para completar o caos no trânsito, o sindicato dos transportadores escolares quer reivindicar da Prefeitura a liberação do tráfego nos corredores para vans e ônibus que transportam estudantes.
De acordo com pesquisa feita com moradores da região metropolitana de São Paulo, os corredores de ônibus pioraram entre 2009 e 2010. O percentual que avalia de forma ruim o estado em que essas vias se encontram subiu de 21% para 23%, enquanto o índice de excelente ou bom caiu de 58% para 52%. Os dados são de uma pesquisa encomendada pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e realizada em novembro.
Com o aumento do número de automóveis em São Paulo, que superou a marca dos 7 milhões, a situação tende a piorar ainda mais. A grande maioria das nossas vias não comporta o trânsito pesado de veículos, seja pelo excesso de carros ou pelo mau estado de conservação, como é o caso dos corredores de ônibus das avenidas Prof. Francisco Morato (zona Oeste) e Santo Amaro (zona Sul). Nessas avenidas, o asfalto está desnivelado e sem recampeamento, fazendo com que os veículos, principalmente os de grande porte como os ônibus, percam a estabilidade devido às deformações no piso adaptado.     
Agora, para completar o caos no trânsito de São Paulo, o sindicato dos transportadores escolares quer reivindicar da Prefeitura a liberação do tráfego nos corredores para vans e ônibus que transportam estudantes. Segundo a entidade, cerca de 10 mil veículos escolares trafegam na cidade diariamente, transportando 320 mil estudantes, em média. A reivindicação também parte de colégios e pais de alunos.   
O engenheiro Sérgio Ejzenberg, mestre em transporte pela Poli-USP, diz que deveria haver estudos para verificar se os escolares atrapalham o fluxo no corredor.
“Se atrapalhar, deveria tirar o táxi e deixar o escolar, beneficiando o transporte coletivo – seja público ou privado – sobre o individual”.
Para Horácio Augusto Figueira, consultor em engenharia de tráfego e transporte, o ideal seria criar uma segunda faixa, apenas para o chamado “transporte solidário” – escolares, fretados e táxis com passageiros -, deixando o corredor totalmente livre para os ônibus.     
“Os usuários têm uma expectativa maior em relação aos corredores porque eles foram projetados para proporcionar viagens mais rápidas. Por isso são mais exigentes na avaliação. Quando há interferências que prejudicam o desempenho, que prolongam o tempo de viagem, a avaliação cai”, diz o presidente da ANTP, Aílton Brasiliense.
A Secretaria Municipal de Transportes diz que os corredores foram estruturados para circulação de transporte coletivo de passageiros de ônibus, mas não explica por que há exceções para táxis nem se há estudos sobre impacto dos escolares.

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