Desde a recente inauguração da Estação Butantã do Metrô, os moradores do Morro do Querosene começaram a se preocupar com o futuro de uma área verde de 39 mil m² do bairro, visada há alguns anos pelo mercado imobiliário. O terreno, além de ter diversos exemplares de árvores nativas, guarda uma nascente de valor histórico não só para a região do Butantã, mas também para a cidade de São Paulo. Isso porque, bandeirantes do século 16 paravam ali para se refrescar, da mesma maneira que os atuais moradores do bairro faziam na bica do local, até um muro ser construído na rua que permitia acesso ao terreno.
Segundo a Associação Cultural da Comunidade do Morro do Querosene, o bloqueio da via que leva até a fonte não poderia ser erguido pelos proprietários da gleba, a família Basile. “Um decreto de 2003 estabelece que a via tem 85 metros de extensão, porém, apenas 40 metros estão abertos para a circulação de veículos e de pedestres”, afirma a diretora da entidade, Cecília Pellegrini.
Os Basile, por sua vez, alegam que construíram o muro para evitar a entrada de usuários de drogas, o desmanche de carros e despejo irregular de entulho no terreno. Além disso, argumentam que a qualidade da água do local consumida pela população é de má qualidade. “Temos laudo do Instituto Adolf Lutz que comprova a presença de coliformes fecais e substâncias ferrosas na fonte”, declarou um dos membros da família à imprensa.
Os Basile, por sua vez, alegam que construíram o muro para evitar a entrada de usuários de drogas, o desmanche de carros e despejo irregular de entulho no terreno. Além disso, argumentam que a qualidade da água do local consumida pela população é de má qualidade. “Temos laudo do Instituto Adolf Lutz que comprova a presença de coliformes fecais e substâncias ferrosas na fonte”, declarou um dos membros da família à imprensa.
No entanto, a associação responde que a água é potável, tendo como base uma análise técnica da Sabesp, realizada em 15 de fevereiro. “O laudo foi baseado em duas coletas, sendo a primeira referente a um ponto onde a água fica represada e se constatou coliformes fecais, assim como a avaliação do Adolfo Lutz. Já a segunda foi retirada da rocha onde brota a água, esta sim, pura e em condições de consumo”, afirma Cecília.
Tombamento
Outro argumento dos moradores sobre a ilegalidade do muro é o pedido de tombamento da área ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). “A estrutura não poderia ser construída até que o órgão realizasse a avaliação do caso, que, por sinal, está bem adiantada e deve ser concluída até meados de agosto ou setembro”, diz a diretora da associação.
Contatada pela reportagem, a Subprefeitura do Butantã não respondeu até o fechamento desta edição (ontem, 14), se o muro da Travessa da Fonte, nome da rua que dá acesso à nascente, está em situação irregular.
Parque
Para a preservação da área verde, a entidade estuda transformá-la em um parque, iniciativa que surgiu em 2001, quando artistas residentes do bairro decidiram implantar no local um centro de atividades culturais. A ideia voltou a aparecer nas reuniões de outras associações da região contra a abertura de uma avenida na Praça Elis Regina, quando foi debatida a possibilidade de se utilizar recurso da Operação Urbana Vila Sônia para desapropriar a gleba e criar o parque. Em setembro de 2009, os moradores do Morro do Querosene encaminharam a proposta para o Conselho Regional de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Cades) do Butantã.
A família Basile afirma já ter recebido propostas de construtoras pelo terreno, mas até agora não há negociações. Porém, também esclarece que não se opõe sobre a implantação de um parque no local, desde que a Prefeitura de São Paulo pague pelo real valor da área.
Diego Gouvêa
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