Segundo dados do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), a cidade de São Paulo superou a marca de 7 milhões de veículos. A frota da cidade no mês de março é de 7.012.795. Com mais carros nas ruas, o trânsito sofre: esta semana foi o pior congestionamento do ano na cidade pela manhã, 157 km de ruas paradas.
Especialistas dizem que, na prática, o número de veículos em circulação é menor. Um estudo feito por Carlos Eduardo Paiva Cardoso, técnico da CET, mestre em engenharia de transporte e doutor em serviço social pela USP, já chegou a estimar que os carros que saíam às ruas diariamente na cidade equivaliam a um terço do número oficial do Detran.
A própria Prefeitura de São Paulo definiu que a frota alvo da inspeção veicular no ano passado era de 4,7 milhões – sendo que poucos são isentos, como os de “placa preta” (automóveis antigos com características originais).
Enquanto a cidade atinge a marca recorde de veículos, o paulistano encara fila de espera por uma vaga em estacionamento. A corrida em busca de vaga faz todo o sentido diante do mais novo recorde da cidade.
Sem vaga
Com a marca histórica de 7 milhões de veículos nas ruas, a tortura começa nos engarrafamentos e termina de forma não menos irritante: nas garagens abarrotadas. Se as poucas vagas de Zona Azul são disputadas, nos estacionamentos privados a coisa é diferente. Os espaços são cada vez mais raros em áreas nobres e no centro da cidade. Os preços das vagas sobem sem parar, principalmente em áreas nobres e muito disputadas como Avenida Paulista, Brigadeiro Faria Lima, Alto de Pinheiros, Interlagos, Mooca e Tatuapé.
Em lugares onde as vagas são raridade, parar por uma hora pode custar R$ 20, como em estacionamentos nas imediações das ruas Oscar Freire e Estados Unidos, nos Jardins. Naquela região, a diária (12 horas) sai por R$ 40, uma das cifras mais altas cobradas na cidade para estacionar. Em regiões como o Itaim Bibi, Brooklin e o centro, o mercado de estacionamento para mensalistas, por exemplo, está saturado.
O valor cobrado em estacionamentos subiu 14% no ano passado, contra 6,25 da inflação acumulada no mesmo período. Em fevereiro, houve alta de 2% no preço, e vai ficar mais caro. Para o presidente da Estapar (maior rede do setor na América Latina), foram as décadas sem políticas públicas para estacionamento que causaram o total descontrole do setor em São Paulo. “Isso é uma questão de demanda maior do que a oferta. É a regra do mercado”, explica.
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