Os radicais são encontrados frequentemente na política, nos costumes e nas religiões. Na política, os liberais se encarregam de se contraporem às investidas e idéias radicais, combatendo, esclarecendo, discutindo, divulgando. Uns preferem os radicais, outros os liberais. É o livre-arbítrio. Ficam, ambos, nas diferenças e nas idéias. O mesmo acontece nas tensões sociais, que muitas vezes ferem o tecido social do bom comportamento, do direito e da ética. É o que se nota no comportamento do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), que em entrevista a uma TV atacou gratuitamente os homossexuais e os negros, preconceitos considerados crime em nossa legislação.
Por ser político – livre expressão -, sua condenação é improvável, infelizmente.
Por ser político – livre expressão -, sua condenação é improvável, infelizmente.
Entretanto, de todas as radicalizações, as mais violentas são as religiosas. Seus seguidores sofreram lavagem cerebral do meio sócio-religioso e não admitem outra fé ou religião. Declarações, ações e comportamentos, os seus seguidores “ofendidos”, revidam radicalmente com ações violentas – incêndios, homicídios às centenas.
O quadro atual registra radicalismo homérico. Vejam: um pastor protestante da Flórida, de nome Jones, eufórico, raivoso, queimou um exemplar do Alcorão e promete queimar todos que vier a encontrar em sua frente.
Do outro lado, com o mesmo vigor radical, reclamando vingança pela queima do Alcorão, fundamentalistas mataram e degolaram funcionários da Organização das Nações Unidas que trabalharam no Afeganistão. Todas as vítimas da pregação de ódios de ambas as partes, nada tinham a ver com as taras do pregador protestante nem com as de seus assassinos.
Os conflitos sócio-religiosos são difíceis de serem aplacados por estarem agregados ao ódio, à irracionalidade. As tensões sociais – homossexuais, racismo e as religiosas, não podem conviver com uma sociedade democrática. Combatê-las é dever do Estado.
O. Donnini, jornalista
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